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Juros altos freiam venda de carros e impulsionam crescimento dos consórcios

13/10/2025 - 21:12 - Redação - Foto: Divulgação

A taxa de juros em patamar elevado tem impactado diretamente o poder de compra dos brasileiros e freado o desempenho de diversos setores, especialmente o automotivo. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) reduziu novamente sua projeção de crescimento nas vendas para 2025, de 4,4% para 2,6%, apontando o crédito caro e a desaceleração do financiamento como principais obstáculos.

Nesse cenário, o consórcio de automóveis ganha ainda mais relevância como alternativa para a aquisição de veículos sem a incidência de juros e com flexibilidade de prazos e valores. “Com os juros elevados, o financiamento tradicional torna o valor final de um veículo significativamente mais alto. O consórcio, por sua natureza, elimina essa barreira. Por não possuir juros e operar com uma taxa de administração diluída ao longo do plano, ele se torna uma alternativa muito mais econômica”, explica Eduardo Carvalho, diretor do Consórcio Promove.

Enquanto o mercado automotivo desacelera, o sistema de consórcios segue em expansão. Entre agosto de 2024 e agosto de 2025, o número de participantes ativos em consórcios de veículos leves cresceu 9,4%, alcançando 5,14 milhões de pessoas, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Esse avanço demonstra a consolidação do modelo como uma forma de investimento e aquisição de patrimônio mais inteligente e financeiramente viável.

A diferença fundamental entre financiar e participar de um consórcio está no custo e no planejamento. No financiamento, o consumidor paga juros sobre o valor emprestado — o que pode praticamente dobrar o preço final do veículo —, além de depender da aprovação de crédito. Já no consórcio, as parcelas correspondem a uma poupança programada e conjunta, sem juros, apenas com taxa de administração, garantindo previsibilidade e equilíbrio orçamentário. “O consorciado concorre a sorteios mensais e pode ofertar lances para antecipar a contemplação, o que adiciona flexibilidade ao plano. É uma forma saudável e planejada de realizar o sonho do carro novo”, reforça Carvalho.

O perfil do consumidor também vem mudando. Além das famílias que planejam a troca do veículo, cresce o número de jovens e investidores que utilizam o consórcio como ferramenta estratégica de compra ou geração de renda. O tíquete médio de novas cotas em 2025 aumentou 16%, alcançando R$ 73,12 mil, reflexo da confiança dos brasileiros no sistema.